quarta-feira, 19 de agosto de 2015

CANTINHO DA SAUDADE

Eliana Andrade

Vi as fotos dos colegas que foram a Moscou para comemorar o 55º aniversário da Universidade. Forcei minha memória para lembrar como era Moscou e a Leninskii Prospekt em 1965/66 e 67 – anos em que lá estudei.

Infelizmente não terminei o curso: casei e fui morar no México. Lembrar o tempo da Lumumba, eu sempre lembro, principalmente dos colegas. Contudo, ver as fotos da Moscou de hoje, atrapalha demais minha cabeça. Principalmente as fotos da Leninskii Prospekt.

O que, sim, eu gostaria muito de rever, são as fotos da Kabilnaia, onde fiz o 1º ano de História. Minhas fotos da Kabilnaia, eu as  perdi - com as luas passando, com todas as mudanças e por causa das revelações das fotos feitas por mim que, digamos, não saíram lá muito perfeitas!

Já tentei ver o prédio da faculdade pelo street view, mas encontrei quatro ruas ‘Kabilnaia’ e não identifiquei o nosso prédio. Eu adorava viver na Kabilnaia.

 Minhas colegas de quarto eram ótimas, fora de serie: Reiko (Japão), Aurora e Lídia (Chile). Sei que Aurora casou com um brasileiro. Ao que parece ele estudava cinema - não sei bem - e foram morar no Paraná. Mas isso tudo faz muitos, muitos anos.

Quando eu morava no México, cheguei a corresponder com a Reiko. Ela casou com um colega do Nepal,  teve uma filha  e foram todos morar em Katmandu, onde tinham uma pousada. Mas isso também faz mil luas.

De Lídia, soube que ela casou com um italiano.

Fiquei muito triste quando soube – faz pouco tempo - que Marcos morreu. Ele era meu colega no curso de História. Éramos muito amigos. Não lembro bem, parece que ele casou com uma colega argentina. Quando saí de Moscou, em outubro de 1967, ela estava grávida.

Todos os meus colegas da Kabilnaia, eu os recordo com muito carinho.

A Leniski Prospekt, adorei.

Fiquei muito triste quando soube da morte do Joãozinho. Éramos muito amigos e essa amizade continuou no México, embora vivêssemos longe um do outro - bastante longe, por certo. Mas, por duas vezes nos vimos lá em casa. A última vez que o vi, ele levou o filhinho que era um amor, muito lindo.

Isso foi no final de 1979, quando eu já estava voltando para o Brasil. Joãozinho sempre dizia que voltaria a viver no Brasil; disse também que estava investindo dinheiro em imóveis – não lembro se em São Paulo ou na Bahia – para poder voltar.

Bem, por hoje é só. Estou com 71 anos e sempre me emociono quando falo dos tempos da “Lumumba”, de Moscou, dos colegas e professores – de tudo.

Envio fotos, vejam abaixo.


Foto 1 - Ney, Maria Helena, Marx, Joãozinho e eu

Foto 2 - Clarice (angolana), Rose (desistiu), Marcos e eu

Foto 3 - Reiko, o pai de Reiko, seu esposo (nepalês) e a filhinha

Foto 4 – Aurora - a de poncho e gorrinho, lado esquerdo

PS: O rapaz na foto “Moscou-2”, entre a Rose e o Marcos,  não lembro agora seu nome. Ele morreu logo no início da Faculdade Preparatória. Se bem lembro, ele tinha um tumor no cérebro. Morreu em poucos dias de ter se sentido mal. Também não lembro bem, parece que ele era da Paraíba. Um amor de pessoa. Fico muito triste.

Abraço, Eliana.

Um comentário:

  1. Sobrenome dele: Freire, paraibano porém foi para a Lumumba com a turma do Rio, pois fazia algum tempo que morava, trabalhava e estudava no Rio de Janeiro.

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