Eliana Andrade
Vi as fotos dos colegas que foram a Moscou para comemorar o 55º
aniversário da Universidade. Forcei minha memória para lembrar como era Moscou
e a Leninskii Prospekt em 1965/66 e
67 – anos em que lá estudei.
Infelizmente não terminei o curso: casei e fui morar no México. Lembrar o
tempo da Lumumba, eu sempre lembro, principalmente dos colegas. Contudo, ver as
fotos da Moscou de hoje, atrapalha demais minha cabeça. Principalmente as fotos
da Leninskii Prospekt.
O que, sim, eu gostaria muito de rever, são as fotos da Kabilnaia, onde fiz o 1º ano de História. Minhas fotos da Kabilnaia, eu
as perdi - com as luas passando, com todas as mudanças e por causa das revelações das fotos feitas por
mim que, digamos, não saíram lá muito perfeitas!
Já tentei ver o prédio da faculdade pelo street view, mas encontrei quatro ruas ‘Kabilnaia’ e não identifiquei o nosso prédio. Eu adorava viver na Kabilnaia.
Minhas colegas de quarto eram
ótimas, fora de serie: Reiko (Japão), Aurora e Lídia (Chile). Sei que Aurora
casou com um brasileiro. Ao que parece ele estudava cinema - não sei bem - e
foram morar no Paraná. Mas isso tudo faz muitos, muitos anos.
Quando eu morava no México, cheguei a corresponder com a Reiko. Ela
casou com um colega do Nepal, teve uma filha e foram todos morar em
Katmandu, onde tinham uma pousada. Mas isso também faz mil luas.
De Lídia, soube que ela casou com um italiano.
Fiquei muito triste quando soube – faz pouco tempo - que Marcos morreu.
Ele era meu colega no curso de História. Éramos muito amigos. Não lembro bem,
parece que ele casou com uma colega argentina. Quando saí de Moscou, em outubro
de 1967, ela estava grávida.
Todos os meus colegas da Kabilnaia,
eu os recordo com muito carinho.
A Leniski Prospekt, adorei.
Fiquei muito triste quando soube da morte do Joãozinho. Éramos muito
amigos e essa amizade continuou no México, embora vivêssemos longe um do outro -
bastante longe, por certo. Mas, por duas vezes nos vimos lá em casa. A última
vez que o vi, ele levou o filhinho que era um amor, muito lindo.
Isso foi no final de 1979, quando eu já estava voltando para o Brasil.
Joãozinho sempre dizia que voltaria a viver no Brasil; disse também que estava
investindo dinheiro em imóveis – não lembro se em São Paulo ou na Bahia – para
poder voltar.
Bem, por hoje é só. Estou com 71 anos e sempre me emociono quando falo
dos tempos da “Lumumba”, de Moscou, dos colegas e professores – de tudo.
Envio fotos, vejam abaixo.
Foto 1 - Ney, Maria
Helena, Marx, Joãozinho e eu
Foto 2 - Clarice (angolana),
Rose (desistiu), Marcos e eu
Foto 3 - Reiko, o pai de Reiko,
seu esposo (nepalês) e a filhinha
Foto 4 – Aurora - a de
poncho e gorrinho, lado esquerdo
PS: O rapaz na foto “Moscou-2”, entre a Rose e o Marcos, não
lembro agora seu nome. Ele morreu logo no início da Faculdade
Preparatória. Se bem lembro, ele tinha um tumor no cérebro. Morreu em poucos dias de ter se sentido mal. Também não lembro bem, parece que ele era da Paraíba. Um amor de pessoa. Fico muito triste.
Abraço, Eliana.